Tuesday, April 01, 2003

A Noite Fria e Escura

O autor deste poema é desconhecido. Apenas se sabe que devia ter 15 ou 16 anos quando o escreveu.

A noite fria e escura
Reina no firmamento …
A noite imensa perdura
Pungente tal um lamento,
Acerba como a amargura!…
Domina e amarra a minha alma
Como ciclópica mordaça,
Numa tenebrosa ameaça
De jamais vir a ter calma …

Desloco-me em medonha escuridão
Sem um raio de luz que me guie …
Morre, morre já meu coração.
Nada sinto, nada vejo …
É o Nada à minha volta
É a morte que procuro em vão!
Oh! Morte! Vem ceifar esta Vida …
Oh! Morte vem buscar
Uma existência que se arrasta,
Num caos imenso, sem saber
Como se há-de orientar
Como poderá Viver?!

Chamo-te a toda a hora
Numa ânsia feroz
De acabar sem demora
Uma Vida, sem Vida …
Nada mais me resta
Senão a tua companhia
Oh! Morte …
Nada mais quero
Senão a tétrica alegria
De ter a sorte
De ver esta Vida findar …
Que passa como uma noite
Fria e escura
Acerba como a amargura!…