Este blogue completa hoje um ano de existência. Começou com um extracto de um poema de Pablo Neruda. Foi uma homenagem ao Programa Íntima Fracção pois com o blogue do Francisco descobri a blogosfera.
Aqui fica novamente o extracto desse belíssimo poema. Obrigado Francisco pelo blogue, pelas palavras e pelo magnifico programa que é a Íntima Fracção.
Eu sou o desesperado, a palavra sem ecos, aquele que perdeu tudo, e teve um dia tudo.
Última amarra, range em ti a minha ansiedade última, na minha terra deserta és a última rosa.
Silenciosa.
É esta a solidão de que estás ausente. Chove. O vento do mar caça errantes gaivotas.
A água anda descalça pelas ruas molhadas. Daquela árvore se queixam, como doentes, as folhas.
Tu revives no tempo, fina e silenciosa.
Silenciosa.
Pensando, enredando sombras nesta profunda solidão.
Também tu andas longe, mais longe que ninguém.
Pensando, soltando pássaros, desvanecendo imagens, enterrando lâmpadas.
Entre os lábios e a voz, algo vai já morrendo.
Algo com asas de pássaro, algo de angústia e de esquecimento.
Da mesma forma que as redes não retém a água.
Aqui fica novamente o extracto desse belíssimo poema. Obrigado Francisco pelo blogue, pelas palavras e pelo magnifico programa que é a Íntima Fracção.
Eu sou o desesperado, a palavra sem ecos, aquele que perdeu tudo, e teve um dia tudo.
Última amarra, range em ti a minha ansiedade última, na minha terra deserta és a última rosa.
Silenciosa.
É esta a solidão de que estás ausente. Chove. O vento do mar caça errantes gaivotas.
A água anda descalça pelas ruas molhadas. Daquela árvore se queixam, como doentes, as folhas.
Tu revives no tempo, fina e silenciosa.
Silenciosa.
Pensando, enredando sombras nesta profunda solidão.
Também tu andas longe, mais longe que ninguém.
Pensando, soltando pássaros, desvanecendo imagens, enterrando lâmpadas.
Entre os lábios e a voz, algo vai já morrendo.
Algo com asas de pássaro, algo de angústia e de esquecimento.
Da mesma forma que as redes não retém a água.