Sunday, April 25, 2004

Exiit qui seminat seminare semen suum.

Ermo semeador da liberdade,
Saí sozinho, antes da estrela;
Com a mão límpida e sem pecado,
Nos sulcos da terra escravizados
Lancei o grão vivificante -
Pena perdida: perdi o meu tempo,
Meus bons desígnios e meus cuidados...

Pastai então, povos mansos, pastai!
Não vos acorda o clamor da honra.
Os dons da liberdade a um rebanho
À matança ou tosquia destinado?
Vossa herança é, por todo o sempre,
O jugo de chocalhos e a aguilhada.

ALEKSANDR PÚCHKIN (1799-1837)
O cavaleiro de bronze e outros poemas
(tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra)