Sunday, December 17, 2006

bitsound's podcast

A experiência de gravar um podcast é semelhante à gravação de uma cassete com a compilação daquelas músicas que gostamos muito e que gostamos de partilhar. A diferença é que as cassetes eram direcionadas para alguém em particular, o podcast não tem público alvo definido, é para quem o encontre e tenha interesse em ouvi-lo.



Mais um excelente podcast para a minha lista do iTUNES.

A exuberância

DISPÊNDIO: Figura pela qual o sujeito apaixonado aspira e hesita simultaneamente em colocar o amor numa economia do puro gesto, da perda «para nada».

O discurso de amor não está desprovido de cálculos: medito, por vezes conto, seja para obter tal satisfação, para evitar tal mágoa, seja para impor interiormente ao outro, num movimento de humor, o tesouro dos artifícios que delapido para nada em seu favor (ceder, esconder, não ferir, divertir, convencer, etc.). Mas estes cálculos não são mais do que impaciências: nenhum pensamento de um ganho final: o Dispêndio está aberto, até ao infinito, a força deriva, sem objectivo (o objecto amado não é um objectivo: é um objecto-coisa, não um objecto-fim).

Fragmentos de um discurso amoroso.
Roland Barthes
colecção Signos - edições 70

Sunday, December 03, 2006

«Destruo-me, sucumbo...»

O que é a destruição senão um aniquilamento oportuno? Não me seria difícil ver nele, não um repouso, mas uma emoção? Disfarço o meu luto numa fuga; diluo-me, desmaio para escapar a esta dureza, a este estrangulamento, que faz de mim um sujeito responsável: saio: é o êxtase.

Fragmentos de um discurso amoroso.
Roland Barthes